Inspirar Sim. Copiar Não!

Inspirar Sim. Copiar Não!

"Caro ídolo: hoje eu descobri a verdade e foi… uma grande desilusão para mim".

 

Estas palavras não são minhas mas de uma pessoa que conheço quando descobriu recentemente que a pessoa que ela tanto admirava e seguia era afinal uma cópia de outras. E não era uma “pequena” cópia, era uma cópia autêntica: o website, os conteúdos, a estrutura, os produtos e serviços, até as mensagens transmitidas eram “iguais”.

 

Para mim também seria uma desilusão e colocaria muito em causa.  Mas afinal quem é esta pessoa que eu gosto e sigo? E o que ela fez e disse no passado? Era ela, não era, era em que parte?

Como se sentiria se lhe acontecesse o mesmo? O que faria? Continuaria a seguir essa pessoa? Dir-lhe-ia o que sabe?

 

E do outro lado, de quem gere a Marca, como se sentem quando se apresentam ao mercado como pioneiros, originais, com árduos meses de trabalho em desenvolvimento de produtos e serviços sem a certeza de que o são verdadeiramente? Acreditam que as pessoas nunca vão descobrir? Ou quando descobrirem já estão tão fidelizadas que nem vão acreditar e querer saber?

 

Talvez algumas não queiram saber. Outras ficariam bastante decepcionadas. E outras esqueceriam passado algum tempo. Cada pessoa terá a sua perspectiva e reacção.

 

Costumo dizer e acredito que “a roda já está inventada”. Precisamos de nos inspirar, eu também me inspiro e sigo pessoas com as quais me identifico. Mas daí a fazer uma cópia vai uma grande distância. Devemos colocar sempre algo de nós no que dizemos e fazemos: a nossa perspectiva, a nossa visão, a nossa metodologia, a nossa experiência e conhecimentos, algo que seja só nosso e é isso que irá atrair e fidelizar o nosso público, sem desilusões. Simplesmente sendo nós próprios.

 

Também não acredito muito em coincidências, mas até posso dar o benefício da dúvida. Até a mim já me aconteceu pensar e dizer algo e depois afinal descobrir que alguém já tinha pensado ou dito o mesmo. Mas são pequenos momentos, frases, designações. Não são cópias “literais” de posicionamento, mensagem, conteúdos, produtos e serviços. E um dos papéis de quem gere uma Marca é precisamente fazer um diagnóstico, analisar a sua envolvente, fazer um benchmark. Esta é uma das medidas que pode evitar este tipo de situações.

 

A inspiração pode estar em tantas coisas, leituras, lugares, vivências, momentos, partilhas; não só nas outras pessoas.

 

Numa época em que se fala tanto de autenticidade, essência, propósito, como aplicam de facto estas palavras na sua Marca? Quer ser original ou quer ser uma cópia? Vale mesmo tudo para atrair seguidores (mais tarde, clientes)?