Personal Branding e Quarentena - As principais lições que você precisa saber

Personal Branding e Quarentena - As principais lições que você precisa saber

Estamos a entrar agora numa nova fase, um pouco mais próxima da antiga "normalidade". Nada será igual, será preciso reinvenção, adaptar a comunicação e ação foram algumas das expressões mais utilizadas para descrever a fase COVID-19. Todos, sem excepção, mergulhámos numa Era completamente nova e incerta. Cada um lidou com isto à sua maneira, umas pessoas melhor, outras nem tanto.

 

Uma das frases que eu mais li e ouvi foi "agora temos mais tempo...". Mais tempo para investir em formação, mais tempo para refletir, mais tempo para estar com a família, mais tempo para fazer certas tarefas em casa,... Na verdade, todos tivemos e temos o mesmo tempo. O que muda aqui são as circunstâncias.

Eu, por ex., não tive "mais tempo". Eu tive "menos tempo". A minha filha tem aulas online o dia inteiro (e ainda TPC) e não fica sozinha no PC, o meu marido trabalha fora de casa, há mais tarefas a fazer em casa...

 

Mas isso não foi sinónimo de relaxamento na Gestão da minha Marca Pessoal. Isso nunca! Nunca para mim e nunca para si.

 

E você, o que fez com o seu tempo?

Como geriu a sua Marca durante esta fase? Desejo seriamente que quem teve mais tempo o tenha aproveitado da melhor forma!

 

Esta experiência foi única para todos e é nosso dever retirar dela um conjunto de aprendizagens pessoais e profissionais para o nosso presente e para o nosso futuro. Mas a sério, não é daquelas aprendizagens para ficarem pela teoria.

 

Hoje estamos bem, amanhã poderemos não estar. A vida é curta demais para a passarmos a queixarmo-nos. Vamos lá, sem desculpas. A sua Marca Pessoal é e será sempre o seu maior activo, não há melhor investimento do que esse. Aconteça o que acontecer.

 

Poderia dizer que não há certo nem errado na forma como actuámos nesta fase. Mas como tenho sempre opinião (embora nem sempre a queira dar), acho que há. E acho que há Marcas Pessoais que se mantiveram na sua linha, umas que se perderam e outras que se souberam preparar para progredirem no futuro.

 

Aqui, na minha casa, assisti a um aumento brutal de publicações, webinars, lives, projetos, ofertas, parcerias, novos serviços... Enfim, uns bons, outros menos bons (como em tudo na vida).

 

Contra muitos "especialistas" de Personal Branding (que obviamente desejam vender e isso não tem nada de mal) falo: não acho que esta fase era a fase ideal para se começar a apostar em força na gestão ativa da Marca Pessoal. Eu acho e sempre defendo que a melhor fase para o fazer é quando estamos em "alta" e não sei se podemos dizer todos que o estávamos nesta fase. Também sei que é muitas vezes em fases negativas que se decide mudar o rumo da vida ou carreira. O que eu acho é que esta podia ter sido um óptima fase para se refletir na vida e na carreira atual e no que realmente se deseja para o futuro (se tivessem reunidas condições para tal).

 

Vamos começar a entrar numa época em que vai ser interessante analisar o pós disto tudo. Vai ser interessante ver a linha que as pessoas e as empresas irão seguir e o respectivo nível de coerência e consistência.

 

Mas, por agora, gostaria de partilhar consigo algumas lições que assisti e aprendi durante esta Quarentena no que respeita à Gestão da Marca Pessoal. Espero que sirvam de reflexão para si, agora e no futuro.

 

 

1 - Valor sempre. Auto-valorização e valorização dos que admiramos. 

 

Começo por um dos aspectos que mais me "doeu", a desvalorização. Pare com isso. Agora e sempre. Faça o que fizer, nunca mas nunca se desvalorize. Todas as pessoas têm o seu valor e você não é excepção. Pare de dar tudo e mais alguma coisa na esperança que depois o valorizem, escolham e comprem. Pare de falar em preço justo, acessível ou lá o que seja. Pare. Simplesmente, dê provas do que é capaz de fazer e entregar. Há pessoas que estarão dispostas a pagar pelo que faze e outras não. Mas depois não se queixe. Eu sempre defendi dar. Parece que só agora algumas pessoas se lembraram deste acto. Vá lá, se é para dar, é para dar continuamente. E não tem de ser um curso, um livro, pode ser a partilha de posts educacionais, pode ser uma palavra regular aos seus clientes ou colaboradores, pode ser um vídeo, pode ser tanta coisa. Eu percebo que tínhamos público disponível para estas ofertas, mas e depois? E o futuro? É o público que deseja para a vossa Marca? O que vai conseguir a seguir? Quem tem valor, tem sempre. Você vai precisar que o escolham, que paguem para o ter na empresa, que os clientes lhe paguem. Não dê os seus serviços. Não dê "porcaria". Não dê só para encher as vistas. Pense bem na sua estratégia e nas suas consequências no futuro. Pense a médio e longo prazo, não a curto prazo.

 

2 - Aconteça o que acontecer, saiba o que souber, tome sempre uma boa posição e assuma uma boa direcção. 

 

Todos temos medos. A questão é como é que lidamos com eles. Qual foi a sua posição nesta crise? Qual é a sua posição na sua vida e na sua carreira? Como lida com as adversidades? Primeiro, devemos ser honestos connosco. Parar, pensar, aceitar e agir. É simples. Controlar o que controlamos e não ficar a pensar no resto. O que decidiu fazer durante este tempo e o que fez realmente? Evoluiu? Aprendeu? Ensinou? Ajudou? Preparou-se para o futuro? Ou preferiu "desaparecer"? Também é uma opção. Diria que não é a melhor, mas tudo depende de vários factores. Se não sabia o que fazer, esta podia ser uma opção. Mas "desaparecer" não é algo positivo. As pessoas precisam de pessoas fortes, de líderes que liderem, de profissionais inspiradores. Não precisam de "nada". Também não precisam de críticas negativas e mais medo. Em situações de crise, acalme-se, seja racional e não desapareça. Mantenha-se fiel a si próprio, sempre adequado ao contexto que está a viver. Mostre sempre a verdade, com intenção.

 

3 - Nunca, mas nunca, ser uma Maria vai com as outras. 

 

Ah, o XPTOZ está a dar um webinar, ah o especialista FTHO vai lançar um curso a 0,99€... também devia fazer o mesmo. Não! Se o XPTOZ vai para a direita, então você vai para a esquerda. Sempre. Olhe para os outros, identifique o que estão a fazer, analise e depois siga caminho. Você tem e deve fazer diferente. Senão, será apenas mais um. E você não quer ser mais um. Se quer, pode já abandonar a leitura deste artigo. Você é especial. Faça à sua maneira, faça diferente. Arrisque e assuma esses riscos. Não seja um seguidor, seja um líder. Inove! E não seja oportunista. Pense bem nas parcerias que faz, una-se a pessoas e Marcas que façam sentido para ambas as partes e que estejam em níveis semelhantes. Seja genuíno nas suas parcerias mas seja também inteligente e crítico antes dizer sim.

 

4 - Antes de acontecer, você já estava preparado.

 

Fomos todos apanhados de surpresa com esta situação, isso é certo. Mas nem todos sofremos as mesmas dificuldades e tivemos de fazer o mesmo caminho. Que sirva de lição. Prepare-se. Não dependa do offline mas também não dependa do online. Dependa o menos possível de outras pessoas para executar a sua função. Esteja sempre um milhão de passos à frente dos outros. Trabalhe sempre, sempre, sempre a sua Marca Pessoal e não quando estas coisas acontecem. Mantenha-se sempre em alta! E agora, já tem os seus planos para o futuro? Sabe que passos vai dar? Ou vai deixar-se arrastar numa situação destas novamente?

 

5 - Conexão é chave. 

 

Quando a crise começou, com quem se relacionou? Quem contactou? Não me diga que ficou tão ansioso e preocupado com o futuro que se esqueceu das suas pessoas actuais. Isso nunca poderá acontecer. Clientes, ex-clientes, colegas, ex-colegas, chefes, ex-chefes, parceiros, fornecedores, família, amigos...falou com eles? Aproximou-se deles com uma intenção genuína para saberem como estavam e o que precisavam? Procurou ouvir a sua comunidade? E das pessoas com quem está conectado, quantas o procuraram? Quantas se lembraram de si e procuraram algum tipo de ajuda da sua parte? Notei que muitas pessoas sabem o que significa e sabem aplicar o conceito da empatia mas, por outro lado, ainda há muitas que afirmam que a conhecem mas ainda não a conseguem praticar. Seria bom começar a praticar mais este skill tão falado. Nunca se esqueça de criar e manter relações genuínas e também não esqueça quem o ajudou a chegar onde chegou e quem está consigo, eles devem ser a sua prioridade.

 

6 - Quanto vale afinal o seu nome? 

 

Não me precisa de me responder já. Mas era bom que tivesse uma noção. Com a crise, vem a incerteza e a incerteza é para todos. Ninguém está seguro (mas não é só em crises, apesar de ainda se pensar assim). Qual é o seu nível de controlo na sua carreira? Se ficasse sem emprego ou com alguma redução significativa, o que poderia fazer? Quanto valeria o seu nome no mercado? O seu nome deve ser distinto do nome da sua empresa, deve transportá-lo para todo o lado e só ele deverá ter imenso peso e valor junto das outras pessoas e empresas. Tem apostado nesta valorização e gestão?

 

7- No final, ficam as memórias. 

 

Foi difícil, mais duro para uns do que outros, mas vamos ter de continuar a viver a nossa vida, certo? Do que se vão lembrar sobre si as pessoas, no final disto tudo? Como a pessoa que só falava do COVID-19? Como a pessoa que só transbordava negatividade? Como a pessoa que passava a vida nas redes sociais a publicar a toda a hora e nunca o tinha feito? Que tipo de mensagem passou ao longo destes tempos? Acho que uma das palavras que mais referi no meu webinar foi positividade. Esta, para mim, era a palavra de ordem. Com adaptação à realidade, claro. Pensou nas consequências do que foi fazendo? Pensou que ficarei ligado e seria associado a isso? Se não pensou, pense em futuras situações. Tudo conta. Tudo o que você fez e disse importa. E houve, de certeza, alguém que viu ou ouviu. Nada se esqueça, tudo perdura. Que perdurem os temas pelos quais quer ser conhecido e reconhecido (quem quer saber da foto do zoom ou das plantas que foi regar?).

 

8 - On vs Off. 

 

Numa época em que o online não foi uma opção, foi essencial, umas pessoas já estavam com a lição do online bem sabida mas outras nem por isso. E mesmo das que já sabiam a lição, algumas são muito fake. E você? Foi sempre honesto no online? O que vamos encontrar quando o conhecermos offline? Será a mesma pessoa? Com os mesmos ideais, valores e expertise? Soube utilizar de forma autêntica e bem intencionada o online? Ou foi simplesmente um meio para atingir os seus fins? Manteve coerência e consistência? Ou, de repente, lembrou-se que tinha redes sociais e seguidores e começou a fazer coisas? E agora, vai desaparecer? Como utilizou o online a seu favor e a favor das pessoas que o seguem? Foi uma obrigação ou divertiu-se? Ainda há muitas pessoas que se escondem e outras que criam personagens por trás de um monitor ou telemóvel, mas lembre-se, a máscara cai sempre. E lembre-se também, as pessoas percebem tudo. Cuidado com mudanças bruscas e interesseiras.

 

Cada caso é um caso e acho que para alguns clientes meus, foi muito bom ficarem fechados. Na verdade, até já lhes disse que deveriam continuar o máximo tempo que conseguissem (estou a brincar ou não), para outros foi tempo de confirmar muitas coisas e para outros começar. O que eu vos quero dizer, é que, com crise ou sem crise, nunca deixem de gerir a vossa Marca Pessoal de uma forma ativa. Nunca.

 

Espero mesmo, que nesta fase, tenha aprendido algo, que tenha crescido e que tenha contribuído, de alguma forma, para um Mundo melhor. Personal Branding também é isso. E esta foi uma boa oportunidade para conhecer a sua verdadeira Marca Pessoal e um teste à sua força. Nunca pare.